segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Um grande Não à farsa eleitoral


Artigo publicado no jornal A Nova Democracia, nº 98, 2ª quinzena de outubro de 2012


35 milhões de brasileiros não votaram, 
anularam o voto ou votaram em branco

Segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral após o primeiro turno das eleições municipais 22.735.725 brasileiros considerados aptos a votar NÃO VOTARAM.

Se forem somados às abstenções, votos nulos e brancos, esse número sobe para aproximadamente 35 milhões, ou seja, 25% dos brasileiros considerados "aptos a votar" repudiaram de alguma forma a farsa eleitoral.

Nessas eleições, o TSE considerou os votos em candidatos com pendência judicial devido à Lei da Ficha Limpa na conta dos votos nulos. Apesar desse número não representar grande quebra no resultado absoluto, esse critério mistura dados absolutamente distintos, o que não permite a avaliação precisa sobre os votos nulos.

O TSE também não divulga o número de títulos cancelados, os daqueles eleitores que não compareceram e não justificaram o não comparecimento nos três últimos escrutínios, e que por isso não entram no cômputo das abstenções, o que pode significar uma considerável cifra.

Na cidade de São Paulo, dos aproximadamente 8,6 milhões de eleitores, 1,5 milhão não compareceram às urnas, o que corresponde a 18,48% dos eleitores. Esse foi o maior número de não comparecimento às eleições na capital paulista desde 1998, quando foram registrados 18,11% de abstenções. Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, o percentual de abstenções no primeiro turno foi de 14,2% em 2000, de 15% em 2004, e de 15,6% em 2008.

O número de votos nulos no primeiro turno em São Paulo foi de 516.184 pessoas e os votos brancos atingiram a cifra de 381.407.

Totalizando os números da capital paulista, 2.490.513, ou seja, quase dois milhões e meio de pessoas não votaram, anularam o voto ou votaram em branco. Número muito superior ao candidato mais votado no primeiro turno, que atingiu cerca de 1,8 milhões de votos.

Na cidade do Rio de Janeiro, as abstenções atingiram a casa dos 20,45% dos votos, o que corresponde a 965 mil pessoas, cifra superior à votação do segundo colocado nas eleições, que obteve 914.082 votos. Os brancos e nulos atingiram, juntos, a cifra de 507.323 votos.

Em outras 12 capitais brasileiras, os votos "não computáveis", pois não são considerados "votos válidos" segundo os critérios do TSE, superam o total dos votos recebidos pelo segundo colocado.

Computando os números das capitais, aproximadamente 8,3 milhões de eleitores não votaram, anularam o voto ou votaram em branco no primeiro turno, o que corresponde a uma média de 17,46% de abstenções. O número total de abstenções apenas nas capitais é de 5.388.504.

Entre as regiões do país, o Norte e o Sudeste tiveram os maiores índices de abstenções: 17,29% e 17,23% não compareceram às urnas. Tomando os estados de forma isolada, o Maranhão foi o estado que registrou o maior índice de abstenções do país: 19,62%. 

Números nas capitais
(soma das abstenções, votos em branco e nulos)

São Paulo2.490.513Palmas30.322
Rio de Janeiro1.472.537João Pessoa109.309
Belo Horizonte576.673Aracaju64.297
Recife283.279Vitoria66.920
Porto Alegre282.048Campo Grande122.859
Curitiba197.757Natal146.745
Salvador589.437Porto Velho45.404
Belém236.113Teresina111.613
Manaus226.537Boa Vista37.832
Cuiabá85.663São Luís167.157
Goiânia245.091Macapá49.201
Fortaleza361.211Maceió100.797
Rio Branco49.798Florianópolis82.918



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